Toda vez que nos alimentamos com comidas que possuem açúcares e carboidratos, esses alimentos são digeridos pelo sistema digestório em pedaços menores – a glicose.

A glicose é absorvida e entra na corrente sanguínea para ser distribuída para todos os órgãos do corpo. Um importante órgão que recebe a glicose é o pâncreas. No pâncreas, células chamadas beta pancreáticas captam a glicose e passam a liberar o hormônio chamado insulina. 

A insulina tem diversas funções no corpo, mas a mais importante é a de fazer com que células possam consumir a glicose que está em circulação. 

Ativacao de receptores de insulina e ativacao de transportagores de glicose

Diabetes

A diabetes é uma doença crônica na qual a falta da insulina ou a redução de sua ação no organismo (resistência à insulina) resultam em uma constante alta na concentração de glicose no sangue (hiperglicemia). Esta doença adquirida, não transmíssivel, é causada por fatores comportamentais e géneticos. A resistência à insulina e a hiperglicemia estão associadas ao desenvolvimento de diversas complicações da diabetes, como por exemplo doença renal diabética, cegueira, doenças cardiovasculares, esteatohepatite, demência e úlcera no pé.

Classificação: 

Tipo 1: Destruição das células produtoras de insulina pelo sistema imune.

Tipo 2: Perda progressiva da capacidade de produção adequada de insulina frequentemente associada a redução da sensibilidade à insulina. 

Diabetes gestacional: Diabetes diagnosticada no segundo ou terceiro trimestre de gestação em mulheres que não apresentavam diabetes antes da gestação. 

Outras causas para diabetes: síndrome de diabetes monogênica, fibrose cística pancreática, pancreatite, diabetes induzida por remédios (glicocorticóides, medicação para tratamento de HIV/AIDS e estrogênio) em síndrome hormonais (feocromocitoma, acromegalia e síndrome de Cushing).  

Diagnóstico:

  • Concentração da glicose em jejum de 8 horas – Durante o jejum e em ausência de estresse físico e mental a concentração de glicose no sangue deve estar baixa em pessoas saudáveis; 
  • Contração de hemoglobina glicada (HbA1c) – Indica se a sua glicemia tem ficado alta nos últimos três meses;
  • Curva glicêmica: Exame realizado em jejum, no qual a concentração de glicose e insulina são medidas três vezes, uma vez antes da ingestão de glicose, uma hora e duas horas após. Este exame indica duas coisas: a) O quão eficiente é a capacidade do pâncreas de produzir insulina para baixar a glicose que foi consumida no teste; b) Indica se o organismo está sensível a ação da insulina.
  • Presença de anticorpos contra células beta pancreáticas: Como a diabetes tipo 1 é causada pela uma reação do sistema imune contra as células do pâncreas, a presença de anticorpos específicos contra células pancreáticas pode ser detectada no sangue do paciente.

Algumas condições de saúde podem alterar os valores desses testes. O/A médico/a irá considerar outras observações sobre o paciente para emitir um diagnóstico.

Sintomas e causas:

Aumento do volume de urina e sede excessiva.Os dois sintomas visam a redução da quantidade de glicose no sangue. Devido a alta concentração de glicose no sangue, os rins ao filtrarem o sangue acabam deixando uma maior quantidade de glicose para ser descartada junto com a urina, o que resulta na formação de um maior volume de urina. Somado a isso, o excesso de glicose no sangue e a maior perda de água pela urina ativam mecanismos que estimulam a sede, visando causar o aumento do volume de sangue. 
Perda de peso e fome excessiva.No cérebro a insulina inibe neurônios que inibem o gasto energético e estimulam o apetite. Na diabetes esses neurônios também podem ter uma redução da sensibilidade à insulina. 

No restante do corpo a falta de sensibilidade à insulina faz com que a glicose não entre nas células para a geração de energia. Isso faz com que hormônios (glucagon, epinefrina e cortisol) que estimulam a quebra de lipídios e proteínas para a geração de energia sejam produzidos. Desta forma compensando a falta de energia gerada pela metabolização da glicose.
Formigamento nos pés e doença do pé diabético. São causados por uma série de alterações decorrentes da hiperglicemia e da falta da ação da insulina. 
Doença vascular periférica:
Perda da capacidade de contração dos pequenos vasos (capilares) e lesão dos mesmos. Isto causa inchaço e reduz a circulação do sangue nos pés, dificultando o fornecimento de oxigênio e nutrientes aos nervos e músculos dos membros inferiores.
Neuropatia diabética:
Dano à inervação dos pés, que resulta em:
a) perda do controle muscular e consequente deformações; 
b) menor oleosidade da pele e produção de suor, o que consequentemente resulta maiores chances de rachaduras e lesões por fricção; 
c) perda da sensibilidade táctil, o que pode fazer com que a pessoa não perceba o desenvolvimento de lesões nos pés. 
Visão embaçada. Também chamada de retinopatia diabética, está presente em pacientes que apresentam diabetes descontrolada e hipertensão por muitos anos. É causada por um crescimento anormal dos vasos sanguíneos que irrigam a retina e pelo inchaço da parte central da retina.
Infecções frequentes (como de bexiga, rins e pele);
Feridas que demoram para cicatrizar.
O aumento de infecções por fungos e bactérias é devido a redução da funcionalidade do sistema imune. 

Redução da resistência a lesões e da capacidade de reparo de vasos sanguíneos.

Referências Bibliográficas:

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