Pesquisadores do National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases, em Bethesda nos Estado Unidos, publicaram na revista Cell Metabolism pesquisa demonstrando que o consumo de comidas industrializadas fez com que o grupo estudado consumisse maior quantidade de comidas com alto valor calórico. 

No estudo conduzido por Kevin D. Hall e colaboradores do grupo da pesquisadora Megan Zhou, 20 adultos não obesos receberam uma dieta industrializadas ou uma dieta não processada durante 14 dias. Neste período os participantes da pesquisa que consumiram a dieta industrializadas ganharam em média 1kg, enquanto o grupo que recebeu uma comida saudável e não processada perdeu 1k. Perder um quilo em duas semanas, só cuidando da alimentação é bem gratificante.  

Comidas industrializadas possuem aditivos químicos que tem a finalidade imitar qualidades sensoriais de alimentos não processados ou minimamente processados ou para disfarçar qualidades indesejáveis do produto final, além de aumentar a validade de alimentos. Essas características tornam esse tipo de alimento bem mais barato e aumentam a praticidade em sua distribuição e consumo. Esses alimentos também contêm alta quantidade densidade calórica. Simultaneamente, nutrientes que retardam a absorção de gordura, como as fibras, são retirados durante a produção de alimentos industrializados. Esses dois fatores resultam em um pico de glicose no sangue após a ingestão do alimento industrializado. Essa rápida mudança da concentração de glicose no sangue tem papel fundamental na sensação de prazer que temos quando comemos alimentos ultraprocessados. 

Os participantes da pesquisa receberam dietas com a mesma quantidade de calorias totais, porém com diferentes proporções em carboidratos, gorduras saturadas, ômega 6 e fibras. O menu oferecido aos dois grupos (fotos, marcas e quantidades) pode ser encontrado nesse link. Uma observação interessante é que os pesquisadores gastaram em média 50% a menos na compra dos alimentos ultra-processados em comparação a dieta não processada. 

Também foi demonstrado que a concentração no sangue do hormônio PYY (hormônio que suprime o apetite), foi aumentado enquanto o hormônio grelina (hormônio que estimula o apetite) foi reduzida pelo consumo contínuo da dieta não processada. A glicemia desse grupo também foi menor do que a do grupo que consumiu a dieta industrializada.  

Essa pesquisa mostra o resultado de um teste controlado demonstrando os benefícios da redução do consumo de ultraprocessados. Esses resultados são importantes para alertar a população de que o consumo de comidas industrializadas, que se dizem saudáveis ou que oferecem maior praticidade, está associado ao maior consumo de alimentos calóricos e ao desenvolvimento de obesidade. Cuidar da alimentação deve ser uma prioridade para se manter saudável. 

O artigo pode ser conferido na íntegra no site da revista Cell Metabolism.

Cuide de sua alimentação e divulgue!